quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

vida de nossa Mãe Santa Beatriz

Este Texto foi encontrado junto aos restos mortais de nossa Santa Madre, quando da primeira exumação para causa de beatificação, foi escrito pela Madre Joana de São Miguel.
(Tradução de Frei Ary Pintareli, OFM)


1.1. - T e x t o

Estes bem-aventurados ossos pertencem à ilustre e distinta senhora dona Beatriz da Silva, fundadora da Ordem da Santíssima Conceição de nossa Senhora, a Mãe de Deus.
Ela foi da estirpe real dos reis de Portugal, filha do senhor Rui Gomez da Silva e de Menezes, senhor de Campo Maior. Sua mãe foi dona Isabel de Menezes, filha do Conde de Biana, Dom Pedro de Menezes, primeiro capitão de Ceuta, na África. Sabe-se que essa senhora nasceu em Campo Maior. Teve como irmãos o Conde de Portalegre, preceptor do rei Dom Manuel, e Alfonso Beles, senhor de Campo Maior, e o bem-aventurado Frei Amadeu, da Ordem de nosso Pai São Francisco.
Esta ilustre senhora veio para Castela como dama da rainha dona Isabel, mulher do rei Dom João, que foi pai da rainha dona Isabel, que vive na glória.
Por sua grande beleza e por sua estirpe, esta senhora foi pedida em matrimônio por muitos condes e duques. Entre muitas lutas do mundo, ele ofereceu ao Senhor sua virgindade e castidade e fechou-se no Mosteiro régio de S. Domingos. Aqui, por devoção, decidiu manter sempre seu rosto coberto com um véu branco, de forma que, enquanto viveu, nenhum homem e nenhuma mulher viu seu rosto, excetuada aquela que lhe dava de comer.
Esta senhora foi muito devota da Santíssima Conceição e tanto fez que obteve do Santa Padre a regra, o hábito e o breviário da Santa Conceição. O Mosteiro já estava fundado e tudo já fora preparado para entregar o hábito a ela e às monjas que ela havia instruído, quando Nosso Senhor quis chamá-la. Morreu no ano de 1492.
Quando morreu, foram vistas duas coisas maravilhosas. Uma foi que, quando lhe levantaram o véu para [administrar-lhe a unção][1], foi tal o esplendor de seu rosto que todos ficaram admirados. A segunda, foi que em sua fronte viram uma estrela, que lá ficou até que ela expirou, e que emitia uma luz e um esplendor igual à luz quando mais brilha. Disso foram testemunhas seis religiosos da Ordem de nosso Pai São Francisco.
Ela faleceu no ano acima citado, no mês de agosto, na vigília de São Lourenço. Foi sepultada no Mosteiro de Santa Fé, que então era o Mosteiro da Santa Conceição.
Mais tarde, por certas razões, estes bem-aventurados ossos foram transladados para o Mosteiro da Mãe de Deus. A senhora prioresa, que era sua sobrinha, guardou-os por doze anos e não quis cedê-los. Mas a senhora Abadessa dona Catarina Calderón e sua Vigária Joana de S. Miguel dirigiram-se ao Santo Padre, que mandou entregá-los dentro de três dias. E assim, logo os entregou.
Os ossos foram transladados do Mosteiro de Mãe de Deus para este Mosteiro da Santa Conceição na tarde da festa dos Santos Simão e Judas, no ano de 1511.
Esta senhora faleceu com a idade de cinqüenta e cinco anos. Era muito devota da Santíssima Paixão, da Santíssima Conceição e do glorioso São João Batista. Dedicava-se muito à oração, aos jejuns, à disciplina e, especialmente, à caridade para com o próximo. Foi grande inimiga dos vícios e dos viciados.
Esta senhora era irmã de Santo Amadeu, da Ordem de nosso Pai São Francisco, que morreu na Alemanha. Foi canonizado dez anos após a morte desta senhora.

Vigária Joana de S. Miguel
[1] A escrita original está deteriorada e ilegível.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011



PARTILHANDO

Dia 21 de novembro , solenidade de Cristo Rei, a santa missa presidida por D. José Luis, dentro da qual a nossa Ir. Maria de Fátima, fez sua profissão solene. Contando com a presença de sacerdotes, seminaristas e muitos amigos e benfeitores. Na homilia D. José Luís, salientou a importância da vida contemplativa na Igreja e o sentido ritual da prostração. Passamos a relatar alguns pontos da homilia.
“Irmã Maria Fátima, hoje você se coloca diante Dele, o Cristo Rei, para dizer que sua vida será sempre regida por Ele. Em seu coração vai a certeza de que o Deus que encantou sua vida não é o forte, dominador, que se impõe aos homens do alto de sua onipotência e que nos assusta com gestos espetaculares. Sua profissão é um canto a um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor.
Daqui a pouco, você vai repetir um gesto, que, por certo, irá mexer com o coração de todos. Enquanto cantamos, pedindo a intercessão dos santos e santas de Deus, você irá prostrar-se, deitar-se neste chão. E, dizem alguns, que é para significar a pequenez, a fragilidade humana, mas poderíamos dizer que com esse gesto você abraça toda a vida do planeta Terra e cada ser humano. Você estará dizendo com este gesto que diante deste "rei Jesus" despojado de tudo e pregado numa cruz, você abandona as suas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimento. Diante deste "rei" que dá a vida por amor, para você, não tem sentido as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos.
Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, você Maria de Fátima proclama e convoca a todos nós a fazermos da vida um dom.
Ao deitar-se você não vê nada, não contempla nenhuma beleza humana, a não ser a glória de Deus em seu coração e no mistério de sua vida, e na dos irmãos e irmãs que você irá amar sem nem mesmo conhecer. Você, como Cristo, nos braços da cruz se torna oferta solidária em tudo com as pessoas”.
Na alegria de mais uma professa solene em nossa Ordem, contamos com as orações pela sua perseverança.



Ir. Beatriz Maria,OIC.
Abadessa