domingo, 11 de setembro de 2011

A Eucaristia, mistério de amor e comunhão



A nossa vida religiosa contemplativa toda ela é um mistério de comunhão e tem como fonte principal a Eucaristia, na qual o Senhor nos revela a força do seu amor. E é justamente da força haurida na Eucaristia que nasce a comunhão entre nós, e daqui desta fonte divina nasce obviamente toda a vontade de servir o irmão segundo o espírito de nosso estilo de vida religiosa Monástica.

Muitas pessoas tem uma mentalidade tal, ao pensar que as monjas não servem aos irmãos, justamente porque não vêem nada a olho nu - como se diz - do apostolado de uma monja. Com certeza isto acontece porque não conhecem o que reza nossas CCGG sobre o apostolado silencioso de cada Concepcionista. O Art. 15 das CCGG diz que: “A Concepcionista fazendo-se escrava do Senhor como Maria proclama em atitude contemplativa a soberania absoluta de Deus. A contemplação é o seu apostolado”. E até gente da Igreja, muitas vezes não compreendem que fazer apostolado parte em primeiro lugar da vivência aos pés de Jesus na Eucaristia. Sem esta escuta, todo “apostolado” seria vazio de conteúdo. Pensemos na seiva da árvore. De onde vem? Das raízes. E são elas, aquelas mais escondidas que sustentam a árvore.

No primeiro momento nos deixemos envolver por aquela atmosfera do Cenáculo e sintamo-nos partícipes da Instituição do grande Sacramento, do qual haurimos todas as energias para bem vivermos nossa vida escondida em Deus por Jesus Cristo.
No Cenáculo Jesus se reuniu com os seus Apóstolos para lhes fazer uma revelação muito maior do que a que então vinha fazendo em sua vida: a revelação do excesso do seu amor. Tendo amado os seus, até o fim os amou (Jo 13,1). Neste momento, Jesus dá o maior testemunho de sua humildade. Levanta-se, toma uma bacia e um jarro com água e uma toalha – da mesma maneira que faziam os escravos – e começa a lavar os pés dos Apóstolos. Essa sua atitude foi para nos dar o exemplo como nos diz S. João no cap 13,4; 13,12-15.

Só podemos dizer que realmente comungamos se formos verdadeiras servidoras de nossas Irmãs em nossa Comunidade.

Quando Jesus nos revela o seu excesso de amor, instituindo a Santíssima Eucaristia, Ele quer que sejamos realmente Cristóforos = aqueles que levam Cristo para a humanidade que no Mosteiro é representado por cada Irmã em particular. É na comunidade o primeiro local de comunhão e participação. Jesus nos amou primeiro. E também isto é um ensinamento para nós. Devo amar primeiro. Não esperar ser amada, mas amar gratuitamente, como Jesus. São Paulo nos diz no cap 5o da Epístola aos Romanos, que Deus nos amou quando ainda éramos pecadores. Feliz de nós... O amor de Deus revelado por Cristo na Eucaristia precede toda retribuição e está na origem do perdão. Na primeira carta de S. João ele nos diz que este amor é gratuito e que só busca o bem do amado. E no Evangelho, o mesmo João diz no cap 13: Se compreenderdes isto sereis felizes, sob a condição de o praticardes.

Nós nos podemos perguntar: Se compreendermos o que? Que também nós devemos amar gratuitamente e amar por primeiro. Em nossa vida do dia a dia damos assentimento às palavras de Jesus. Tudo que Ele diz é a Verdade. O que Jesus diz é aquilo em que cremos pão e vinho, agora Corpo e Sangue do Senhor. Corpo entregue pelos homens, Sangue derramado pelos homens.
Jesus através de suas palavras no contexto da instituição da Eucaristia se revela mais fortemente a nós e ao olhar da nossa fé. Que pretendia, qual era a sua intenção ao dizer ao pão, Corpo entregue e ao Cálice com vinho – Sangue derramado por vós? O que Jesus desejara era indicar aos homens a verdade de sua morte. Na instituição da Eucaristia Jesus se preocupa em nos deixar o que Ele chamou o “Meu Novo Mandamento”. Essa Eucaristia mistério de união para nós religiosas, ela é o centro de toda nossa vida diária. É na celebração constante da Eucaristia que ouvimos o Amor do Senhor para conosco.

Permita o Senhor que possamos cada vez melhor participar deste mistério no qual o Senhor se entrega totalmente a nós e nos dá o seu amor. Que nossa vida religiosa monástica possa se renovar constantemente pelo mistério desta celebração. Somos chamadas a viver constantemente na vida diária a Eucaristia que celebramos, e é no nosso dia a dia que mostramos se realmente comungamos.



Ir. Maria Celina da Santa Face.
Mosteiro da Imaculada Conceição e São José
Fortaleza – Ce.

JUBILEU DOS 500 ANOS DE APROVAÇÃO DA REGRA PRÓPRIA DAS MONJAS CONCEPCIONISTAS FRANCISCANAS





Dia 14 de setembro
Missa: às 19 horas
Celebrante: Padre Fábio FN
Tema: Santa Beatriz e as famílias

Dia 15 de setembro
Missa às 19 horas
Celebrante: Padre Arcanjo
Tema: Santa Beatriz e os jovens


Dia 16 de setembro
Missa às 19 horas
Celebrante: Padre Sóstenis
Tema: Santa Beatriz Modelo dos Consagrados

Dia 17 de setembro Solenidade
Missa às 9 horas da manhã
Celebrante: Frei Deusimar Ofm Cap
Lembrando que neste dia é permitido as Monjas receberem visitas as 16: 30 horas
Oração das vésperas com o povo

Aniversário do Mosteiro

No dia 18 de agosto o Mosteiro da Imaculada Conceição e São José
Faz 44 anos de existência nesta arquidiocese. Lembramos que todos os 3º sábados de cada mês há uma hora de adoração ,neste Mosteiro a recitação das vésperas com a bênção do Santíssimo.



Veja nosso endereço e contatos

sábado, 3 de setembro de 2011

Nascimento de Beatriz e o Amor de Beatriz a Maria


Corria o ano de 1415 quando o Rei de Portugal, João I, se dispunha a conquistar Ceuta para o cristianismo. Para isso prepara uma grande esquadra com os melhores apetrechos de guerra e põe à frente do Exército o valente capitão, D. Pedro de Meneses.

As barcaças bem equipadas de homens armados cruzaram o Estreito, e uma grande batalha se travou em Ceuta até conquistar a cidade. A Mesquita foi purificada e no dia 23 de agosto se celebrou nela os primeiros cultos cristãos. O Rei nomeou governador de Ceuta D. Pedro de Meneses, futuro avó de nossa Santa.
Um jovem cavaleiro chamado Rui Gomes da Silva que se havia distinguido na conquista por seu valor e nobre comportamento, veio por fim casar-se com Isabel de Meneses a filha do Governador.
Deus abençoou o jovem matrimônio, Silva e Meneses concedendo-lhe um grande número de filhos e entre eles uma preciosa menina de cabelos dourados a quem puseram o nome de Beatriz. Sua vida transcorre entre estas duas datas, a do seu nascimento pelos anos 1424/1426 e a de sua morte 1491/1492.
Anos mais tarde o rei de Portugal agradecido pelos bons serviços de Rui Gomes lhe oferece a Alcadia ( espécie de Prefeitura) de Campo maior do Além Tejo (Portugal) pelo que os pais de Beatriz tiveram que deixar Ceuta para vir a instalar-se na dita cidade ou vila de Campo Maior, onde a menina Beatriz recebeu esmerada educação, segundo os conhecimentos da época.
Aí os Frades Franciscanos foram escolhidos e encarregados pelo pais como educadores de seus filhos.

Na casa da nobre Silva, se professava grande devoção à Virgem Maria, distinguindo-se especialmente Beatriz por seu amor ao mistério da Imaculada Conceição.
Todos os biógrafos fazem grandes elogios à sua piedade e virtude já desde a infância e os testemunhos dos Processos de sua canonização declararam que desde menina foi devotíssima do mistério da Imaculada Conceição.

A Madre Catarina de Santo Antônio com efusão incontida escreve: “No meu sentir, não tem havido santo na glória de Deus, que no tocante ao mistério da Imaculada Conceição haja feito a Deus tão grande serviço como esta varonil mulher”.
Como testemunha de seu amor e veneração à Virgem pode servir-nos o seguinte sucesso: Havendo o pai de Beatriz encarregado a um pintor que lhe pintasse um quadro da Virgem e havendo o pintor visto o rosto da menina, quis que ela lhe servisse de modelo. Depois de muitos rogos, não teve mais remédio e Beatriz obedeceu os rogos do pai, porém não conseguiram que ela abrisse os seus olhos encantadores. Assim o artista pode reproduzir as feições da bela donzela, resultando um quadro de Maria com os olhos semicerrados, e de sublime modéstia. Este quadro se guarda com especial veneração na Igreja do Mosteiro de Campo Maior.

Beatriz desde que teve o uso da razão, todo o seu afã era imitar e servir a Senhora, destacando-se principalmente na virtude da pureza e assim muitas vezes falando com Ela lhe dizia: “Minha Mãe, ensina-me a ter limpa a minha alma, para que quantos me olhem se recordem de Ti”.



Benjamin Martin Sanchez
Tradução: Ir. Maria Lúcia da Sagrada Família, OIC
Mosteiro da Imaculada Conceição e São José.
Fortaleza – Ce.