sábado, 3 de setembro de 2011

Nascimento de Beatriz e o Amor de Beatriz a Maria


Corria o ano de 1415 quando o Rei de Portugal, João I, se dispunha a conquistar Ceuta para o cristianismo. Para isso prepara uma grande esquadra com os melhores apetrechos de guerra e põe à frente do Exército o valente capitão, D. Pedro de Meneses.

As barcaças bem equipadas de homens armados cruzaram o Estreito, e uma grande batalha se travou em Ceuta até conquistar a cidade. A Mesquita foi purificada e no dia 23 de agosto se celebrou nela os primeiros cultos cristãos. O Rei nomeou governador de Ceuta D. Pedro de Meneses, futuro avó de nossa Santa.
Um jovem cavaleiro chamado Rui Gomes da Silva que se havia distinguido na conquista por seu valor e nobre comportamento, veio por fim casar-se com Isabel de Meneses a filha do Governador.
Deus abençoou o jovem matrimônio, Silva e Meneses concedendo-lhe um grande número de filhos e entre eles uma preciosa menina de cabelos dourados a quem puseram o nome de Beatriz. Sua vida transcorre entre estas duas datas, a do seu nascimento pelos anos 1424/1426 e a de sua morte 1491/1492.
Anos mais tarde o rei de Portugal agradecido pelos bons serviços de Rui Gomes lhe oferece a Alcadia ( espécie de Prefeitura) de Campo maior do Além Tejo (Portugal) pelo que os pais de Beatriz tiveram que deixar Ceuta para vir a instalar-se na dita cidade ou vila de Campo Maior, onde a menina Beatriz recebeu esmerada educação, segundo os conhecimentos da época.
Aí os Frades Franciscanos foram escolhidos e encarregados pelo pais como educadores de seus filhos.

Na casa da nobre Silva, se professava grande devoção à Virgem Maria, distinguindo-se especialmente Beatriz por seu amor ao mistério da Imaculada Conceição.
Todos os biógrafos fazem grandes elogios à sua piedade e virtude já desde a infância e os testemunhos dos Processos de sua canonização declararam que desde menina foi devotíssima do mistério da Imaculada Conceição.

A Madre Catarina de Santo Antônio com efusão incontida escreve: “No meu sentir, não tem havido santo na glória de Deus, que no tocante ao mistério da Imaculada Conceição haja feito a Deus tão grande serviço como esta varonil mulher”.
Como testemunha de seu amor e veneração à Virgem pode servir-nos o seguinte sucesso: Havendo o pai de Beatriz encarregado a um pintor que lhe pintasse um quadro da Virgem e havendo o pintor visto o rosto da menina, quis que ela lhe servisse de modelo. Depois de muitos rogos, não teve mais remédio e Beatriz obedeceu os rogos do pai, porém não conseguiram que ela abrisse os seus olhos encantadores. Assim o artista pode reproduzir as feições da bela donzela, resultando um quadro de Maria com os olhos semicerrados, e de sublime modéstia. Este quadro se guarda com especial veneração na Igreja do Mosteiro de Campo Maior.

Beatriz desde que teve o uso da razão, todo o seu afã era imitar e servir a Senhora, destacando-se principalmente na virtude da pureza e assim muitas vezes falando com Ela lhe dizia: “Minha Mãe, ensina-me a ter limpa a minha alma, para que quantos me olhem se recordem de Ti”.



Benjamin Martin Sanchez
Tradução: Ir. Maria Lúcia da Sagrada Família, OIC
Mosteiro da Imaculada Conceição e São José.
Fortaleza – Ce.

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