domingo, 16 de outubro de 2011

A vocação da monja concepcionista franciscana




Deus Trindade que amou, chamou e cumulou a Maria Imaculada, seduziu e a Santa Beatriz da Silva, a qual iluminada pelo Espírito Santo, foi chamada ao seguimento de Cristo, contemplando, celebrando, servindo e venerando o mistério de Maria em sua Conceição Imaculada, predestinada pelo Pai, associada à obra do Filho e consagrada pelo Espírito Santo. Em sua entrega generosa é receptora e iniciadora do carisma Concepcionista dentro da Igreja * (IU 3; R 3; CCGG 8,1-2; 9,1; 10). A Igreja referenda a forma de vida de Santa Beatriz mediante a aprovação pelo papa Júlio II, da Regra própria para a Ordem por ela fundada.

A vida na Ordem da Imaculada Conceição, seguindo a Regra, a exemplo de Santa Beatriz e conforme à tradição de seus mosteiros, deriva da mesma vida Trinitária e é uma oblação pessoal (R2) que consagra ao serviço do altíssimo e da Bem-aventurada Virgem Maria no mistério de sua Imaculada Conceição *(IU 3; CCGG5). A Monja Concepcionista recebe, contempla, celebra e serve a Maria como Mãe, Mestra e Modelo de vida,

obrigando-se a viver as atitudes de Maria no seguimento de Cristo (R 5; 32; CCGG 9).
.
“Seduzidas pelo amor eterno de Deus” (CCGG 4), a Monja Concepcionista experimenta sua relação com Deus como de esponsais, “desposando-se com Jesus Cristo, nosso Redentor” (R 1; 19). Daí que sua tarefa principal consista em “fazer-se um só espírito com Cristo, seu Esposo” (R 30; CCGG 72§2; 168). Esta aliança esponsal verifica-se na consagração total a Deus (CCGG 2). Mediante esta consagração, a Monja Concepcionista sabe que Deus toma plena posse dela, a invade com sua santidade, a reserva para si, a admite em sua intimidade, a transforma por dentro e a configura com Cristo e sua Mãe Santíssima. Por seu lado, a monja Concepcionista, medita esta mesma consagração “entrega-se totalmente como hóstia viva em corpo e alma” (R 2) a Deus sumamente amado, deixa-se livremente possuir por Ele e acolhe ativamente a ação santificadora de Deus, aceitando de forma generosa todas suas iniciativas.

Maria, “unida aos Apóstolos no Cenáculo em espera orante do Espírito Santo” (At. 1,13-14) é a imagem viva da Igreja-esposa, atenta aos sinais do esposo e preparada para acolher o seu Dom *(VC 34). Mãe de Deus deu a luz ao Filho e nele a plenitude da graça e todo o bem. A Monja Concepcionista inspira sua eclesiologia neste modelo mariano. Mediante a acolhida esponsal faz frutificar em si mesma a vida divina através de seu amor de virgem. Filha do Pai celestial realizará suas obras; o Espírito a unirá em aliança esponsal com Jesus Cristo e “serão mães, quando O levam em seu corpo por amor e por uma consciência pura e sincera, e o dão a luz por obras santas que devem ser luz para os outros” *(2Cta.F. 49-50).
.
a Monja Concepcionista despojada-se de si mesma para que o espírito habite nela (CCGG 127,2), vivendo em obediência, sem próprio, e em castidade (R 1; 5; CCGG 2; 29), seguindo o exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo, a imitação da Bem-aventura
da Virgem Maria, pobre e humilde.

* 2 Carta aos fiéis.
A vontade do Pai (CCGG 37 § 1) é sua própria vontade; sem nada de próprio, vive confiante abandonando-se nas mãos do Pai (CCGG 41§3) e sem outro amor que aquele que procede de sua aliança esponsal com Cristo (CCGG 54). Deste modo sua vida adquire pleno sentido na mesma medida em que entende como serviço, como austeridade e como liberdade para amar a todos de forma gratuita e de coração puro (CCGG 55 § 1).


A Monja Concepcionista realiza sua própria vocação em comunidade fraterna, nela vive a fé *(IU 3; CCGG 2; 99) e o imenso amor que lhe nasce de dentro: amizade mútua, a confiança sincera e as relações fraternas fundadas sobre o amor de Cristo que congrega na unidade (CCGG 54; 103 § 1). Deste modo é sinal e sacramento do mistério da Trindade e a expressão palpável da nova família que tem como mãe e modelo à Virgem Maria (CCGG 95-99).

“Da fidelidade de Beatriz nasceu a ordem da Imaculada Conceição”

Nenhum comentário:

Postar um comentário